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Entrevista: Luiz Carlos Sima, líder do GT de Tecnologia da ABII

Tempo de Leitura: 5 minutos

Luiz Carlos Sima é especialista em desenvolvimento de arquiteturas para automação e digitalização de sistemas térmicos, aplicando e validando projetos nos padrões de IIoT e Industria 4.0. Tem formação em eletrotécnica, tecnologia em processos industriais e engenharia de produção mecânica. Com 20 anos de vivência neste meio, tem experiência em desenvolvimento, coordenação e execução em projetos de automação e instrumentação de sistemas térmicos aplicados à fornos e estufas industriais.

É um profissional apaixonado por tecnologia, entusiasta de controles avançados para processos térmicos e redes industriais. Sima é movido pelo propósito de compartilhar ideias, disseminar e acelerar a implantação de tecnologias voltadas à IIoT e indústria 4.0. Na ,,Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), atua como líder do Grupo de Trabalho (GT) de Tecnologia, de forma totalmente voluntária.

Nesta série de entrevistas, ao longo de cinco semanas você vai conhecer melhor os líderes dos GTs da ABII. É uma forma de inspirar e estimular a participação neste movimento. A ABII completou quatro anos de fundação em agosto deste ano e atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da indústria 4.0 e da IIoT (Industrial Internet of Things) no Brasil. Boa leitura!

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Conte sobre sua trajetória profissional. Como foi o início e como é hoje?

Sima – Iniciei minha trajetória profissional ainda adolescente, no interior de Santa Catarina, nos antigos e bons cursos de aprendizagem industrial do Senai, na área de desenho industrial. Eu ficava maravilhado em imaginar uma peça e reproduzi-la com caneta nanquim no papel vegetal. Da aprendizagem fui direto para a indústria, onde atuei como desenhista projetista no ramo metal mecânico. Como sou muito curioso e um entusiasta de tecnologia e automação, decidi cursar eletrotécnica, que era o que tinha disponível e acessível naquele momento. Nessa época, início dos anos 2000, um amigo fez um convite para empreender com ele. Criamos uma empresa de projetos e automação voltada a estufas industriais. Foi um período de grande intensidade, em que eu conciliava os estudos no curso de Tecnologia e em seguida em Engenharia de Produção Mecânica, com viagens para todos os cantos do Brasil, entregando equipamentos. Em 2011, a PERFIL Group me apresentou um grande desafio: atuar com projetos e gestão da equipe técnica. Em 2016, outro grande desafio: ajudar a TERMICA, uma das empresas do grupo, a decolar para a jornada da Industria 4.0.

Você continua estudando? Como o estudo se encaixa na sua rotina atual?

Sima – Continuo estudando e aprendendo a cada novo desafio, inclusive em uma especialização em indústria 4.0. E o conhecimento adquirido a cada novo desafio tem tanto valor quanto os cursos de especialização. Como acompanho o desenvolvimento dos nossos produtos, estudos fazem parte da nossa rotina diária. Também gosto muito de história e filosofia e sempre estou dando uma olhadinha nesses temas também.

Qual foi o momento de maior aprendizado profissional que você teve?

Sima – Meu grande aprendizado tem sido a gestão de pessoas. Aprendi muito com a minha equipe, principalmente o que não fazer.

Teve alguma oportunidade que você deixou passar e se arrepende? Ou ao contrário, teve uma oportunidade que você abraçou e só depois percebeu o quanto ela mudou o roteiro da sua vida?

Sima – Acredito que as oportunidades sempre surgiram na hora certa. Certamente, o desafio que topei lá em 2011 me colocou em um patamar profissional e sou muito grato por confiarem em mim para essa missão.

Uma dica para um jovem que está iniciando sua jornada profissional:

Sima – Não existe fórmula pronta para uma carreira de sucesso, mas existem variáveis que contribuem muito, como integridade, empatia, curiosidade e dedicação. Um guru certa vez me disse: “a engenharia é a escola da arrogância”. Foi um alerta. Hoje, vejo bons técnicos e engenheiros no início de carreira, presos a uma caixa de fórmulas técnicas com opiniões imutáveis. Mais adiante acabam entendendo que a vida não é assim tão lógica.

Como você chegou a ABII e começou a participar do GT? É uma atividade voluntária: como você encontra tempo?

Sima – Iniciei minha participação na ABII no primeiro encontro nacional, onde me voluntariei para cooperar com o GT de Tecnologia. Desde então, sigo participando como como voluntário e agora, como um dos Líderes do GT. Quando você participa de uma ação com um proposito que faz sentido, o engajamento é natural, deixando de ser tempo gasto para se tornar tempo investido. Na ABII temos muito compartilhamento de experiências e vontade de fazer acontecer, um dos grandes valores da associação.

O que faz um líder de GT e qual foi a importância dos aprendizados no seu desenvolvimento profissional?

Sima – O líder de GT é o capitão do time, fazendo a ponte entre a diretoria e os associados integrantes do GT. Ele distribui as tarefas dentro do GT, acompanhando o andamento das atividades até a entrega. Essa interação com os associados, troca de experiências profissionais, é extremamente valiosa. Me fez crescer como profissional e como pessoa. É uma associação nacional, então temos contato com pessoas de culturas e costumes diferentes também.

Na sua opinião qual a importância da ABII no atual contexto do País?

Sima – Vejo a ABII como uma organização formadora de opinião, muito pela importância dos seus associados nos segmentos em que atuam. No atual contexto do país, o posicionamento e missão da ABII é extremamente relevante no suporte de tomada de decisões estratégicas, tanto governamentais quanto privadas.

Especificamente neste momento que ainda estamos enfrentando uma pandemia, qual foi e está sendo o papel da tecnologia?

Sima – A tecnologia tem contribuído muito para manter a economia girando. Muitas organizações que duvidavam da adoção de determinadas tecnologias, como monitoramento remoto de linhas de produção, manutenção remota, entre outros, precisaram adotar rapidamente essas ferramentas. Ainda existem muitas barreiras quanto à adoção de determinadas tecnologias, mas é um caminho sem volta. Vejo muitas oportunidades, tanto para quem provê quanto para quem utiliza.

Você acredita que vamos para um outro patamar de utilização das tecnologias da internet industrial e indústria 4.0 após a pandemia?

Sima – Já é uma realidade. Antes da pandemia, já havia uma movimentação na indústria quanto a adoção de IIoT e indústria 4.0. A pandemia acelerou adoção. Tecnologias que estavam restritas a provas de conceito, rapidamente estão virando mainstream. Um exemplo prático são organizações utilizando tecnologia em wearable para cuidar do seu maior ativo: as pessoas.

Qual a importância das pessoas na transformação digital?

Sima – As pessoas são o pilar fundamental para a transformação digital. A partir do momento que todos entenderem que a tecnologia não vem para causar demissões, ela vem para proporcionar oportunidades, tudo irá mudar. Barreiras cairão e o ser humano terá mais tempo para ser “humano”.

Quem é seu guru, sua grande inspiração na vida? O que aprendeu?

Sima – Posso dizer que tenho dois gurus, os quais inclusive, tenho prazer de trabalhar até o momento. São inspiradores. Por serem complementares, consigo extrair boas lições a partir das fortalezas de cada um deles. Já minha grande inspiração de vida, foi minha mãe, uma guerreira disciplinada, que me ensinou a valorizar o simples e fazer qualquer tarefa com muita dedicação.

Indique um livro (ou um filme, ou uma série, ou um site, ou um canal) que seja inspirador:

Sima – Gosto muito de dois filmes e um livro. “Coração Valente”, por todo o contexto e “A Grande Aposta”, que nos mostra que em toda crise sempre existem oportunidades, enxergar além do óbvio. Quanto ao livro, uma boa dica é “Em busca de Sentido” do Viktor Frankl, onde ele descreve suas experiências vividas dentro de um campo de concentração até criar um método psicoterapêutico de como encontrar uma razão para viver.

Veja informações sobre a série de painéis online que a ABII está realizando em 2020

Sobre a ABII

A ,,Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), fundada em agosto de 2016, atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da indústria 4.0 e da IIoT (Industrial Internet of Things). Fomenta o debate entre setores privado, público e acadêmico, a colaboração e o intercâmbio tecnológico e de negócios com associações, empresas e instituições internacionais, a partir do desenvolvimento de tecnologias e inovação. A ABII é signatária do Acordo de Cooperação com o IIC (Industrial Internet Consortium), consórcio criado em 2014, nos Estados Unidos, com o mesmo fim, pela IBM, GE e Intel. Buscando inserir o Brasil nesta revolução, Pollux, Fiesc/Ciesc e Nidec GA (antiga Embraco) uniram-se para fundar a ABII.

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