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Inteligência embarcada em sensores é uma das chaves para a nova indústria

Tempo de Leitura: 5 minutos

O cenário das indústrias brasileiras mostra que hoje, embora ainda não consolidada, a indústria 4.0 avança rapidamente em todos os setores. Tecnologias inovadoras contam com uma crescente adoção. Uma delas é a inteligência embarcada em sensores. Conheça mais sobre o potencial dessa tecnologia e entenda como ela pode beneficiar seu negócio!

Para ajudar com essas respostas, a Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) convidou Cássio Barbosa, fundador da Hedro, empresa que integra a associação e desenvolveu um produto de forma bastante inovadora no Brasil. Um mesmo sensor desenvolvido pela Hedro consegue ser utilizado para soluções muito diferentes na indústria, exatamente pela sua inteligência embarcada. Confira:

O que é a inteligência embarcada em sensores

Cássio explica que os sensores sem fio e com inteligência embarcada são componentes fundamentais das fábricas que aderem aos princípios da indústria 4.0, as chamadas fábricas inteligentes. Eles são acoplados aos equipamentos já existentes ou a novos equipamentos, de forma que novas possibilidades de monitoramento se tornam acessíveis.

A tecnologia pode ser utilizada em qualquer indústria e em qualquer coisa. As aplicações são inúmeras. Tudo vai depender das necessidades de cada indústria: no chão de fábrica, por exemplo, podem estar nos equipamentos, nas paredes, janelas, na roupa ou EPIs dos funcionários, nos veículos etc.

Os sensores ajudam a fábrica a contar o que ela está sentindo. É como se a fábrica desenvolvesse um dos sentidos. E quanto mais sensores são instalados, mais dados são gerados. Mas para que os dados gerados de fato ajudem no gerenciamento, ajudem o gestor a tomar decisões, eles precisam ser filtrados para que gerem as melhores informações. Aqui está o papel da inteligência embarcada: que é a capacidade do sensor de analisar a quantidade dos dados e passar para o usuário só o resultado, só o que de fato é importante.

O entrevistado passou, então, a explorar os desafios e as oportunidades que essa tecnologia tem a oferecer.

A tecnologia na indústria brasileira

Conforme apontado por Cássio, a inteligência embarcada em sensores para indústria ainda faz parte de um mercado pouco utilizado no Brasil. “O mercado está completamente aberto. Para muitas indústrias ainda não está claro o que significa e quais são as vantagens da inteligência embarcada em sensores. Toda indústria precisa passar por um processo ‘educacional’ para compreender os benefícios de uma nova tecnologia”, destaca.

Cássio ressalta que independentemente do segmento da indústria, a necessidade de mudança chega, seja por um grande interesse no potencial da tecnologia ou então pela necessidade de mudança. As indústrias que adotaram o modelo de indústria 4.0 e utilizam sensores inteligentes sem dúvida já estão sentindo os benefícios da tecnologia. Afinal, novas e importantes funcionalidades agora complementam o maquinário de produção.

Questionado a respeito dos impactos da pandemia do Coronavírus (Covid-19), Cássio explicou que ainda é cedo para se ter uma noção exata de qual foi o impacto ocasionado na indústria 4.0. Entretanto, ele afirma já ser possível observar a mudança na percepção dos empresários e investidores: “Em números ainda não é possível mensurar, mas parece mais claro entre os empresários a necessidade de contar com mais tecnologia nos negócios.”

Case Hedro

Cássio contou um pouco da história da Hedro, empresa da qual é sócio-fundador e que lida diretamente com soluções tecnológicas inteligentes, que complementam a internet industrial. A ideia nasceu em 2016, ano em que planejou atuar no ramo de automação residencial, fazendo uma casa inteligente e gastando pouco para isso. Cássio e sua equipe tentaram um financiamento de projeto, mas, após apresentarem o protótipo de um sistema de controle e automação residencial, não obtiveram êxito.

Ele seguiu atuando na vida acadêmica, até que um ex-aluno abriu as portas para que a Hedro realizasse o primeiro projeto industrial. Foi feita a adaptação daquele projeto de automação residencial para a indústria. A equipe percebeu que as tecnologias para o residencial eram muito mais avançadas que o necessário. De lá pra cá, a Hedro vem atendendo grandes indústrias do Brasil, trazendo inovação e oportunidade às companhias que acreditam no potencial tecnológico da indústria 4.0. “Foi uma mistura de sorte com a competência do time”, completou o especialista.

Exemplo de aplicação

Conectar maquinários antigos a internet é um dos exemplos de aplicação dos sensores com inteligência embarcada da Hedro. “Determinada indústria tem um equipamento antigo, porém funcional, mas deseja apenas saber se ele está funcionando bem ou como está a produtividade daquele equipamento. A empresa não pode fazer um grande investimento naquele momento, então o uso dos sensores é muito eficiente. É uma excelente alternativa de transição para o momento atual”, explica.

Conforme Cássio, ,qualquer indústria pode usufruir dos benefícios da indústria 4.0 (o sensor é uma das tecnologias habilitadoras). A transição, no entanto, deve ocorrer por meio do planejamento de fases de adoção que fazem sentido para aquele negócio. E muitas vezes o uso dos sensores é o passo inicial para empresas que desejavam migrar a tecnologia gradualmente, sem causar grandes impactos no caixa e também funciona para treinar seus colaboradores no tempo certo.

Tecnologia brasileira

Todos os componentes do sensor desenvolvido pela Hedro são importados (alguns chipes são da China, outros da Noruega, outros dos Estados Unidos). Mas o projeto, a linha de montagem e toda a inteligência embarcada é feita aqui no Brasil. A tecnologia do sensor é brasileira. Conforme Cássio, quando se fala da importação do sensor pronto, os fornecedores estrangeiros não conseguem oferecer a solução customizada que a indústria brasileira precisa.

Cássio ressalta no entanto que seria importante o desenvolvimento desta inteligência do Brasil (de produção dos componentes), porque seria de alto valor agregado. “É importante que o Brasil eleve a sua propriedade intelectual, para importar menos e fazer mais, vender em vez de comprar tão caro, seria economicamente muito saudável para o País”, acredita. “Você consegue comprar um acelerômetro sem fio pronto: ele vai funcionar de uma forma específica. Vai coletar as acelerações e enviar, então não é possível adaptar ele para a sua aplicação. A inteligência embarcada é um diferencial da Hedro, não da tecnologia nacional”, ressalta.

Inovação é o lema

O ,Termonline (produto desenvolvido em parceira com a TERMICA Solutions e um dos projetos finalistas do Prêmio ABII 2020) é um exemplo de adaptabilidade do sensor da Hedro, conforme Cássio. “Para o Termonline foi utilizado um sensor de vibração e temperatura para a indústria, que serve para fazer preditivo de motores, medir inclinação de caçamba de um caminhão, ergonomia do funcionário, para fazer horímetro, nível de caixa d´água, etc. Por ele ser pequeno e fácil de configurar a gente adaptou o sensor para medir a temperatura no peito de uma pessoa, por meio de um colar. Era um sensor de máquina, que passou a medir a temperatura de funcionários da indústria durante a pandemia.”

Cássio ressalta que a evolução da tecnologia permite hoje adaptar o mesmo sensor para diferentes aplicações. Ele finaliza a entrevista relatando que o cenário de atuação da Hedro é muito concorrido, mas que o segredo do sucesso está na capacidade de inovação que as empresas possuem. “A Hedro fala a língua das empresas, seja ela uma startup, ou uma grande empresa. A Hedro traz a adaptabilidade à empresa.”

Venha para o time

Possivelmente a realidade da sua empresa se alterou durante a pandemia e mais do que nunca, você compreende que o avanço da tecnologia é irreversível e que é apenas uma questão de tempo para as indústrias se adequarem à nova realidade tecnológica.

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Sobre a ABII

A ,,Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), fundada em agosto de 2016, atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da indústria 4.0 e da IIoT (Industrial Internet of Things). Fomenta o debate entre setores privado, público e acadêmico, a colaboração e o intercâmbio tecnológico e de negócios com associações, empresas e instituições internacionais, a partir do desenvolvimento de tecnologias e inovação. A ABII é signatária do Acordo de Cooperação com o IIC (Industrial Internet Consortium), consórcio criado em 2014, nos Estados Unidos, com o mesmo fim, pela IBM, GE e Intel. Buscando inserir o Brasil nesta revolução, Pollux, Fiesc/Ciesc e Nidec GA (empresa detentora da marca Embraco) uniram-se para fundar a ABII.

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